25 abril 2025

"Há florestas vazias em São José dos Campos?", por Cleuton Lima Miranda

Um dos macacos mais ameaçados do planeta está em São José dos Campos! O seu nome científico é Callithrix aurita e os populares são sagui-da-serra-escuro e sagui-caveirinha. Eles vivem em “manchinhas de mata” que chamamos de fragmentos urbanos.

Créditos: Laila Santana /
Ecomuseu dos Campos de São José:
reflorestando a trilha do Callithrix aurita

        Durante nossas andanças pelos vários bairros do município, nos deparamos com uma preocupação recorrente da população: será que essa matinha “acabada” tem alimento para os saguis? Este é o principal motivo que leva os munícipes a alimentarem os animais com bananas. Macaco e banana. Faz todo sentido, não é verdade? Na realidade não. Deixe-me explicar. As bananas trazem uma série de problemas para a saúde dos saguis, da dentição até o intestino, podendo levar o animal à morte. Obviamente que há boa intenção da população joseense que oferece bananas, mas precisamos informar e sensibilizar a sociedade quanto à esta problemática.

Mas então do que se alimentam os saguis? De insetos, pequenos vertebrados (lagartos, sapos), fungos que crescem nos bambuzais que eles tanto gostam de utilizar, frutos e até um pouco de goma ou resina que eles conseguem extrair de algumas árvores. Eles estão, portanto, sobrevivendo, interagindo com outros elementos da flora e da fauna e realizando a dispersão de sementes, auxiliando na regeneração das florestas degradadas.

Créditos: Lucas Coelho /
Ecomuseu dos Campos de São José:
reflorestando a trilha do Callithrix aurita

        A maioria das manchas e fragmentos urbanos não são ideais para a moradia dos saguis. No entanto, a natureza cria suas estratégias para sobrevivência, mesmo em ambientes mais adversos. Com esse primata não é diferente! Em áreas de mata bem conservadas eles utilizam até 40 hectares, ou seja, se deslocam muito. Na região do Capuava, em nosso município, se deslocam de sítio em sítio e em fragmentos de matas maiores. Porém, em pequenas florestas no meio urbano precisaram se adaptar a geralmente 2 até 10 ha.

Então não é necessário fazer nada? De modo algum! Precisamos sim e há algumas possibilidades: participar de eventos de plantio de árvores nativas onde eles ocorrem (com ênfase para frutíferas que servem de alimento para os saguis); preservar os bambuzais e matas à beira dos cursos d’água que eles tanto usam; solicitar projetos de recuperação de nossos córregos poluídos; colaborar ativamente com um projeto desenvolvido há três anos pela Prefeitura de São José dos Campos em parceria com a Universidade Federal de Viçosa, Ecomuseu dos Campos de São José, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e Universidade do Vale do Paraíba.

Créditos: Laila Santana /
Ecomuseu dos Campos de São José:
reflorestando a trilha do Callithrix aurita

Este projeto está em andamento e, entre 2024-2027, conta com recursos do projeto Ecomuseu dos Campos de São José: reflorestando a trilha do Callithrix aurita”, realizado pelo Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP) em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Esse projeto tem como objetivo continuar o mapeamento dos saguis, verificar suas condições de existência, quais os perigos que enfrentam e quais ações precisam ser tomadas para protegê-los.

Seja um parceiro desse projeto! Receba os pesquisadores, compartilhe as informações que puder e faça contato em caso de atropelamentos, eletrocussão em fios de alta tensão ou outra problemática envolvendo os saguis. Telefone para contato: (12) 98899-5904; e-mail: ecomuseu@cecp.org.br.

Respondendo à pergunta do título: as matas de São José dos Campos não estão vazias! Há muita vida lutando para sobreviver nessas florestas degradadas que, se não forem cuidadas, aí sim se tornarão vazias. Um forte candidato a desaparecer rapidamente é o sagui-caveirinha, caso não nos atentarmos aos cuidados que devemos ter com ele. Podemos contar com você?

17 abril 2025

Você sabe o que é um "museu de território"?

 O Ecomuseu dos Campos de São José é o que chamamos de “Museu de território”. Um museu de território é uma instituição cultural que valoriza o patrimônio integral de uma região. Ou seja, valoriza e incentiva os saberes e fazeres das pessoas que ocupam esse território.


No Ecomuseu dos Campos de São José, a mobilização da comunidade acontece através de diversas frentes e atividades, como:

  • Mapeamento dos patrimônios locais das comunidades impactadas

  • Educação ambiental e patrimonial em escolas e outras instituições educativas

  • Plantio e manejo de árvores nativas

  • Fomento ao cultivo de hortas comunitárias

  • Mapeamento do sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita) e outros animais da fauna local


Um Museu de Território fala sobre as histórias, vivências e potencialidades do local onde se encontra! Hoje, a abrangência direta do Ecomuseu CSJ acontece em 28 bairros das zonas leste e sudeste de São José dos Campos e na cidade de Jambeiro. É daí que vem os saberes e fazeres que encontramos e podemos compartilhar com todos.


O projeto Ecomuseu dos Campos de São José é uma realização do CECP - Centro de Estudos da Cultura Popular com apoio da Prefeitura de São José dos Campos em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.


QUER SABER MAIS SOBRE O ECOMUSEU CSJ?
Acesse o site www.ecomuseu.org.br  


Nos acompanhe também nas redes sociais:

Instagram: https://www.instagram.com/ecomuseucsj/

Facebook: https://www.facebook.com/ecomuseucsj 

YouTube: https://www.youtube.com/@Ecomuseucsj 

Podcast: https://open.spotify.com/show/3MrpCtcv44JMyjmg3EiecM 

Jornal Campos em Papel: https://www.calameo.com/read/006974799ba76b5905b3e 


Núcleo Ecomuseu dos Campos de São José 

Alameda Harvey C. Weeks, 203 

Vista Verde - São José dos Campos - SP

Contato: (12) 99677-5272 - ecomuseu@cecp.org.br / comunicacao.ecomuseu@gmail.com



10 abril 2025

Você sabe o que é ODS?


Sigla para “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, os ODS são parte da agenda global da ONU. Esses objetivos tem como meta a criação e visibilidade de ações para um mundo melhor para todos e visam erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e promover bem-estar até 2030.

Os ODS são interconectados e abordam temas como educação, saúde, igualdade, economia, consumo responsável e ação climática, orientando ações para um futuro mais sustentável e justo. 17 Objetivos foram instituídos mundialmente em 2015. Aqui no Brasil, mais 3 novos objetivos foram criados em 2023, ligados aos temas: Igualdade Étnico-Racial; Arte, Cultura e Comunicação; Povos Originários e Comunidades Tradicionais.


Cleanup Day 2024 | Créditos: Fábio Bueno


O Ecomuseu dos Campos de São José cria ações diretamente ligadas aos ODS, também fazendo parte de um ciclo da sustentabilidade baseado nos patrimônios integrais da comunidade. Essas ações se fortalecem quando equilibramos a preservação ambiental, a equidade social e o desenvolvimento econômico ao praticarmos iniciativas para um futuro mais justo e sustentável para todos.


O projeto Ecomuseu dos Campos de São José é uma realização do CECP - Centro de Estudos da Cultura Popular com apoio da Prefeitura de São José dos Campos em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.


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Núcleo Ecomuseu dos Campos de São José 

Alameda Harvey C. Weeks, 203 

Vista Verde - São José dos Campos - SP

Contato: (12) 99677-5272 - ecomuseu@cecp.org.br / comunicacao.ecomuseu@gmail.com


03 abril 2025

"Quando as aparências enganam: a importância dos ambientes urbanos para a biodiversidade", por Cleuton Lima Miranda

Créditos: Projeto trilha do aurita


Cleuton Lima Miranda

Biólogo e doutor em Zoologia

Pesquisador do Projeto sagui-da-serra-escuro em São José dos Campos

Um dos macacos mais ameaçados do planeta vive em “pedacinhos” ou “manchas de mata” perto dos córregos na zona urbana de São José dos Campos. Como isso é possível? Isso é bom ou ruim? Eu te convido, estimado leitor, a continuar a leitura para entender um pouco sobre essa questão.

Ao ouvir o termo “meio ambiente” suponho que já imagine a zona rural, parques naturais ou áreas verdes afastadas de onde você mora, necessitando se deslocar maiores distâncias ou mesmo viajar para ter acesso à natureza. Depois, no retorno para a zona urbana da cidade encontraria seus muitos prédios, residências, avenidas com trânsito e rodovias.

Créditos: Rafael Augusto da Silva / Projeto Trilha do aurita

Você não está errado ao pensar assim, mas preciso alertá-lo para o fato de que a natureza também está perto de você: em seu bairro, no trajeto para o trabalho, no seu dia-a-dia. Mas como? Nas pequenas “manchas” ou “pedacinhos” de mata que você observa.

Ainda que as “manchinhas”, chamadas também de fragmentos, muitas vezes tenham poucas árvores, às vezes queimadas, estejam ao lado de rodovia ou em uma praça da frente de uma avenida movimentada, existem animais e plantas lutando para sobreviver e ajudar a regenerar essas áreas, importantes para nossa saúde e bem-estar.

Aqui, em São José dos Campos, temos muitos fragmentos onde incrivelmente ocorre o sagui-da-serra-escuro, o macaquinho ameaçado citado no início do texto. Os perigos são muitos para essa espécie já tão ameaçada, incluindo ausência de ambientes contínuos conservados, atropelamentos, morte por eletrocussão, ataques por cachorros e gatos e também pelo equívoco de alguns cidadãos que, ao alimentá-los com banana, pão, doce, batata e muitas outras comidas cheias de amido e açúcar, infelizmente podem prejudicá-los, causando cáries nos dentes e outras doenças.

Créditos: Laila Santana
Créditos: Laila Santana /
Ecomuseu dos Campos de São José:
reflorestando a trilha do Callithrix aurita

Um trabalho muito importante tem sido desenvolvido no município para melhorar as condições para sobrevivência desta espécie de sagui. Este projeto chama-se Ecomuseu dos Campos de São José reflorestando a trilha do Callithrix aurita e é realizado pelo Centro de Estudos da Cultura Popular em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Este trabalho é um desdobramento de um projeto anterior, liderado pela Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade da Prefeitura de São José dos Campos em parceria com a Universidade Federal de Viçosa, por meio do Centro de Conservação dos Saguis-da-Serra (CCSS/UFV). 

Portanto, o projeto atual, em seu novo formato, é liderado pelo Ecomuseu, em parceria com a Petrobras e o CCSS/UFV e continua com o apoio imprescindível da Prefeitura de São José dos Campos e de demais instituições renomadas como o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade e Universidade do Vale do Paraíba. O Ecomuseu tem o objetivo de mobilizar cidadãos para cuidar do patrimônio cultural e natural de São José dos Campos, realizando desde rodas de conversa, mutirões de limpeza e atividades educativas até estudo científico para elaboração de plano de manejo do sagui, plantio de milhares de árvores nativas e elaboração de texto de projeto de lei para regulamentar a prática da agricultura urbana e periurbana no município.  

Créditos: Projeto trilha do aurita

Pesquisadores financiados pelo CECP/Ecomuseu e pela Prefeitura de São José estão se dedicando a levantar e mapear locais onde esses macacos vivem, sobretudo, na zona urbana do município, qual a situação atual e os potenciais riscos, contando com a valiosa ajuda da população. Sem essas informações é impossível elaborar as ações necessárias para melhorar o nível de conservação dessa espécie, a nossa biodiversidade urbana (outros animais e plantas) e aumentar nossa qualidade de vida através do contato com a natureza e nossa resiliência aos eventos climáticos.

Podemos contar com a sua colaboração? Compartilhe esse texto e ajude os pesquisadores, informando quando encontrar saguis, pelo e-mail fauna.ecomuseu@cecp.org.br e Wpp (12) 98824-4590[EdCdSJ1] . Torne-se um parceiro dos Projetos Callithrix aurita e sagui-da-serra-escuro!

Créditos: Projeto trilha do aurita

Créditos: Projeto trilha do aurita

Créditos: Projeto trilha do aurita

Créditos: Projeto trilha do aurita

21 março 2025

CONHEÇA O SELO DE COMEMORAÇÃO AOS 10 ANOS DO ECOMUSEU CSJ!

No dia 09 de março, o Ecomuseu dos Campos de São José completou 10 anos! Foram muitas caminhadas, muitas prosas e muitas realizações ao longo desses anos. Então, é claro, serão também muitas as comemorações! 

Para comemorar, lançamos este novo selo, que irá nos acompanhar ao longo do ano, fazendo parte de nossas artes, nossas atividades e nos lembrando que a estrada foi longa, mas também está só começando!

A arte de 10 anos representa nossos sonhos, nossas vontades, nossos primeiros passos em direção ao que buscamos: a valorização do território, do meio ambiente e das pessoas à nossa volta.

Na imagem, um braço jovem com o impulso para alcançar novos aprendizados e novos lugares. Uma parte de um todo. Em torno dele, a visualização de uma árvore que se ramifica, firme no solo pelas muitas folhas que a compõe.

É homenageando este trabalho coletivo, diário e crescente que celebramos os 10 anos de existência do Ecomuseu dos Campos de São José. Que venham muitos anos mais!

O projeto Ecomuseu dos Campos de São José é uma realização do CECP - Centro de Estudos da Cultura Popular em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental