Entre os dias 17 e 19 de março aconteceu em São José dos Campos o I Simpósio Nacional da Associação Brasileira de Ecomuseus e Museus Comunitários.
O que seria inicialmente uma reunião da diretoria da Abremc, se transformou num encontro de pessoas interessadas em discutir os caminhos da museologia comunitária no Brasil. Foram três dias de programação envolvendo o Projeto Ecomuseu Campos de São José. A diretoria da Abremc, apoiadora do trabalho do CECP, é composta de membros de várias regiões do Brasil, todos facilitadores de ecomuseus ou museus comunitários. Pará (Ecomuseu da Amazônia), Ceará (Ecomuseu de Maranguape), Rio de Janeiro (Ecomuseu de Sepetiba), Minas Gerais (Ecomuseu da Serra de Ouro Preto) e São Paulo (Sisem e representante de comunidade de Cerqueira César) enviaram representantes para este encontro. No dia 17 aconteceu o Simpósio propriamente dito, onde foi feita a apresentação do Projeto Ecomuseu Campos de São José, a apresentação do histórico da Abremc, o lançamento do cadastro de Ecomuseus e Museus Comunitários e o lançamento da IV Jornada de Formação em Museologia Comunitária.
No dia 18 ocorreu reunião da diretoria para definição de ações e princípios. No dia 19 de março foi realizada uma visita da diretoria da Abremc e demais interessados ao Ecomuseu Campos de São José, encerrando as atividades propostas. Este encontro sediado em São José foi muito importante para o trabalho que está sendo desenvolvido na cidade, pois coloca-o no cenário regional e nacional de ecomuseus e museus comunitários.
O evento contou com apoio da Fundação Cultural Cassiano Ricardo.
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23 março 2016
I Simpósio Nacional da Associação Brasileira de Ecomuseus e Museus Comunitários
04 março 2016
Filme: Narradores de Javé, no Projeto Ecomuseu Campos de São José!
02 de Março de 2016 foi dia de filme no Projeto Ecomuseu Campos de São José.
Em uma parceria com o Arte Móvel, e a relação do projeto estabelecida com a Paola (valeu, Paola e toda a equipe!), pudemos ter uma noite de cinema ao ar livre (Que na verdade não foi bem ao ar livre. Por conta da chuva, utilizamos o espaço da Fundhas), com a exibição do filme Narradores de Javé.
Sinopse: Somente uma ameaça à própria existência pode mudar a rotina dos
habitantes do pequeno vilarejo de Javé. É aí que eles se deparam com o
anúncio de que a cidade pode desaparecer sob as águas de uma enorme
usina hidrelétrica. Em resposta à notícia devastadora, a comunidade
adota uma ousada estratégia: decide preparar um documento contando todos
os grandes acontecimentos heróicos de sua história, para que Javé possa
escapar da destruição. Como a maioria dos moradores são analfabetos, a
primeira tarefa é encontrar alguém que possa escrever as histórias. (Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-52182/)
Narradores de Javé é um filme brasileiro de 2004, dirigido por Eliane Caffé, que tem como tema principal a narração, a contação de histórias e a necessidade de registro das lembranças do povo
de Javé. Mas a escrita destas histórias, tão diferentes uma das outras, pois as mesmas eram contadas em diferentes versões,
variando de narrador a narrador, que o filme mostra, então, uma pluralidade de fatos
fantásticos e lendários. Para nós do Projeto Ecomuseu, foi um filme muito interessante, pois vivemos isso diariamente, principalmente no Inventário Participativo, com as diferentes versões e pontos de vista de uma mesma história e como cada uma delas é tão fundamental e importante para compor o que de fato é representativo nos registros históricos do bairro.
Assistimos o filme com direito a pipoca e depois fizemos uma breve roda para conversar sobre o que vimos. Agradecemos a todos os presentes e até a próxima!
Trailer do filme Narradores de Javé
25 fevereiro 2016
Vivência sobre montagem de bonecões movimenta Feira de Saberes e Fazeres
Uma vivência sobre montagem de bonecões movimenta a Feira de
Saberes e Fazeres – Trecos e Tarecos que acontece neste sábado (27), das 10h às
14h, no bairro Campos de São José, região leste da cidade. As atividades são
gratuitas e fazem parte do Projeto Ecomuseu Campos de São José, desenvolvido
desde março do ano passado pelo Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP),
com patrocínio da Petrobras.
Nesta sexta-feira (26), a partir das 14h, os participantes
do projeto também farão um cortejo pelas ruas do bairro, utilizando um bonecão
do Projeto Piraquara, da Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR). O tema da
vivência surgiu nas rodas de conversa realizadas semanalmente pelos
participantes do projeto, visando aumentar o número de participantes e
visitantes na Feira de Saberes e Fazeres, que acontece mensalmente no bairro. Até
o final do ano serão realizadas mais dez feiras.
“O objetivo do cortejo e da vivência é chamar a atenção dos
moradores que não conhecem a feira e não participam do projeto”, explica Maria
Siqueira Santos, coordenadora do Projeto Ecomuseu. A vivência sobre montagem de
bonecões terá continuidade em março, no dia 5, das 9h às 12h, na unidade da
Fundhas, e no dia 12, das 10h às 14h, novamente no Parque Alambari.
Durante a Feira de Saberes e Fazeres os participantes podem
expor e vender produtos artesanais e comestíveis feitos por eles mesmos. O
grupo também participa da montagem e divulgação da atividade. “Uma das
principais características entre os participantes do projeto é a colaboração
com o outro e o espírito de iniciativa para lutarem por aquilo que eles
entendem ser melhor para o bairro e seus moradores”, destaca Maria.
O Projeto Ecomuseu, além do patrocínio da Petrobras, também
conta com apoio da Prefeitura de São José, Fundação Cultural Cassiano Ricardo
(FCCR), Museu do Folclore de São José dos Campos, Associação Brasileira de Ecomuseus e
Museus Comunitários (Abremc) e Comissão Nacional do Folclore (CNF).
Parque Alambari: Avenida Antônio da Costa Nunes, s/nº, Campos de São José.
Parque Alambari: Avenida Antônio da Costa Nunes, s/nº, Campos de São José.
21 dezembro 2015
Encontro sobre Museologia Social
Aproveitando a vinda do professor Mario Chagas à São José dos Campos para conversar com o pessoal do Campos de São José, realizamos também um encontro com pessoas interessadas em debater à respeito de museologia social. O encontro aconteceu no dia 10 de dezembro, às 9 horas, no Museu Municipal de São José dos Campos.
Mantendo o mesmo tom de conversa da noite anterior, Mario pediu para que as pessoas começassem fazendo algumas perguntas, e sua fala se pautaria, então, em tais perguntas. De maneira geral. os assuntos apontados foram: a) qual a relação entre processo museológico e sociedade?; b) qual a possibilidade de relacionamento da museologia social e o espaço institucional público?; c) como o Ecomuseu Campos de São José se relaciona com um contexto mais amplo na museologia social?
A partir destas perguntas, Mario apresentou as diferenças entre museologia e museologia social. A princípio, apresentou a história dos museus. Como eles surgiram, porque surgiram e qual era o objetivo destes espaços que guardavam objetos importantes para determinados grupos sociais.
Casas das Musas, as filhas de Mnemosine e Zeus, os museus personificam memória e poder. Há algo que deve ser lembrado amanhã, há algo que se deve guardar, proteger, reservar. Onde há memória, há um jogo de poder. A memória é um campo de luta, de disputa. Onde algo se lembra, algo se esquece. Seleção. Os museus, nesse jogo de poder e produção de memória, ocupam o futuro. Eis uma função e tanto! Lugares de memória, lugares de poder, lugares de produção de esquecimento. E ainda, lugares de resistência.
E então, por volta da década de 1970, os movimentos sociais começaram a fazer alguns questionamentos em relação à função dos museus. Tratava-se de grupos que não se sentiam representados nas coleções museológicas, que se perguntavam sobre os esquecimentos produzidos por estas coleções. Foi neste momento que começaram a surgir experiências de construção de outras possibilidades de museus. Em Portugal, França, México, Brasil (Museu Magüta e Noph - Ecomuseu de Santa Cruz) e outros lugares do mundo estas experiências tiveram lugar.
Para esta nova museologia, a produção de coleções deixa de ser fundamental. Marca também a crise da museologia em 3ª pessoa, são museus onde o narrador é o protagonista, o detentor da memória. Onde o foco está nas relações entre os seres humanos, os seres humanos e os bens naturais, os seres humanos e os bens culturais. São museus comprometidos com transformação social, com a vida; onde o acervo é um conjunto de problemas vivenciados coletivamente. Onde a convivência e o afeto prevalecem, onde uma comunidade protagoniza a construção de sua memória. São exemplos destes museus comunitários, além dos já citados, o Museu da Maré e o MUF (Museu de Favela).
A conversa foi boa, aprendemos muito, trocamos muito. As possibilidades neste campo da museologia comunitária são amplas e revigorantes. O encontro marcou um momento de semeadura neste vasto campo do patrimônio cultural. Agora é hora de molhar a terra e esperar a semente germinar. Estamos confiantes nisto!
Obrigados, professor Mario, por aceitar nosso convite e se dispor a vir até aqui conversar conosco! Agradecemos também à Fundação Cultural Cassiano Ricardo e ao Museu do Folclore pelo apoio para a realização deste encontro em São José dos Campos.
Fotos de Caroline Farnesi Borriello.
19 dezembro 2015
Roda de Conversa com Mario Chagas no Campos de São José
No dia 09 de dezembro tivemos a honra de receber em nosso Ecomuseu o professor Mario Chagas. Ele veio do Rio de Janeiro para dividir conosco sua experiência em museologia social e nos dar ideias e sugestões para a continuidade do trabalho que está sendo realizado desde março de 2015 no bairro Campos de São José.
No período da tarde, fomos até o bairro para apresentá-lo a alguns dos participantes do Projeto, pois estava acontecendo a ExpoFundhas, e levá-lo para conhecer a área de proteção permanente onde está sendo feito o plantio das mudas de árvore nativas em parceria com a Semea. O Vicente nos acompanhou até lá, como ficou registrado nas fotografias que se seguem:
No período da tarde, fomos até o bairro para apresentá-lo a alguns dos participantes do Projeto, pois estava acontecendo a ExpoFundhas, e levá-lo para conhecer a área de proteção permanente onde está sendo feito o plantio das mudas de árvore nativas em parceria com a Semea. O Vicente nos acompanhou até lá, como ficou registrado nas fotografias que se seguem:
Às 19:30 horas demos início à nossa Roda de Conversa especial. Mario falou sobre a poesia. E sobre a dimensão poética que transpassa uma iniciativa como esta que está ocorrendo no Campos de São José.
Foi um momento de trocas de experiências. Os participantes falaram sobre sua história de vida, sobre sua participação no Projeto, sobre seus anseios e suas dúvidas em relação ao que se espera de um Ecomuseu.
Mantendo o tom coloquial da conversa, Mario falou sobre a história da museologia e sobre a proposta da museologia social, do museu como um lugar de encontros, de convivência e de afeto. Um museu em movimento, que leva em conta os processos culturais, um museu do ser, das relações. Um museu onde o acervo é um acervo de problemas, é um acervo em transformação, que se insere na vida, no cotidiano das pessoas.
Comentou longamente sobre o papel da memória neste trabalho comunitário, lembrando que a memória não está no passado, mas repousa no presente, no aqui-agora, no momento que vive. Além disto, a memória é dinâmica e está carregada de afetos.
Ela ocupa o futuro, pois alimenta uma pequena semente com potencial para germinar.
E este é o nosso sonho! Que esta semente germine e dê bons e saborosos frutos!
Aproveitamos o espaço para novamente agradecer ao professor Mario pela vinda à São José dos Campos, pela disponibilidade em vir conhecer nosso trabalho e por se afetar por ele. Somos imensamente gratos! Valeu também a participação do pessoal do Campos de São José, especialmente aos que estavam presentes pela primeira vez: Patrick, seu Domingos, Renato e Elisa. Sejam bem vindos!
Para quem não sabe, Mario é museólogo, mestre em Memória Social, doutor em Ciências Sociais e poeta.
Seguem algumas fotos da conversa. São fotos do Pablo.
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11 novembro 2015
Mario Chagas fala sobre museologia social dia 10/12, às 9h, no Museu Municipal de São José
Professor Mario Chagas durante palestra Foto: Gilson Camargo |
‘Experiências em Museologia Social’, este é o tema do encontro que será realizado no dia 10 de dezembro, às 9h, no Museu Municipal de São José dos Campos, com o professor Mario Chagas, que também é museólogo, mestre em Memória Social, doutor em Ciências Sociais e poeta. O evento é gratuito e aberto ao público interessado, com mediação da historiadora Maria Siqueira Santos.
O professor Mario Chagas também se reunirá um dia antes com os participantes do Projeto Ecomuseu Campos de São José, desenvolvido desde março deste ano pelo Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP), com patrocínio da Petrobras. Na ocasião, ele falará sobre ‘O ecomuseu que queremos’, abordando as potencialidades de ação e transformação dos museus comunitários.
O encontro está marcado para às 19h30 na unidade da Fundação Hélio Augusto de Souza (Fundhas), situada à Rua Alexandre Souza Roberto, 20, no bairro Campos de São José.
Conceito
A denominação museologia social ou sociomuseologia, segundo o professor Mario Chagas, passou a ser mais usual após os anos 90, tomando lugar da expressão nova museologia, que desde sua origem contextualizava diferentes ações, como museologia popular, museologia ativa, ecomuseologia, museologia comunitária, museologia crítica, museologia dialógica e outras.
“Estas múltiplas designações indicam, de algum modo, a potência criativa, a capacidade de invenção e reinvenção dessas experiências e iniciativas. Evidenciam a disposição para driblar e resistir às tentativas de normatização, estandardização e controle, perpetradas por determinados setores culturais e acadêmicos”, explica o professor Mario Chagas.
Perfil
Mario Chagas é assessor do Museu da República e professor da UNIRIO, com atuação na Escola de Museologia, no PPGPMUS, no PPGMS, na ULHT e no PPGMUSEU da UFBA. Tem participação em redes e sistemas de museus e museologia espalhados pelo Brasil, e contribuí para a teoria e a prática da museologia social.
Também é um dos criadores da Política Nacional de Museus, do Sistema Brasileiro de Museus, do Cadastro Nacional de Museus, do Programa Pontos de Memória, da Política Nacional de Educação Museal e do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).
O professor Mario Chagas estará em São José dos Campos a convite do Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP), com apoio da Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR). Mais informações pelo telefone (12) 99633-5597 ou pelo blog do projeto: www.ecomuseusjc.blogspot.com.br
Museu Municipal: Praça Afonso Pena, 29, Centro. Informações: 3924-7318.
Texto da Assessoria de Imprensa do Projeto Ecomuseu Campos de São José
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