O Ecomuseu+ vai além de um projeto, é uma filosofia de vida.
Faço parte desde 2015 quando o projeto tinha como foco
apenas o Campos de São José, bairro no qual eu moro. O projeto veio trazendo
revolução como utilizar o espaço do parque Alambari que era pouco ou quase
nunca usado, reflorestando áreas verdes do bairro, buscando elos com as escolas
etc. Foram 3 anos do Ecomuseu exclusivamente no Campos de São José. Dessa época
temos grandes lucros, como a fazendinha.
Em 2018 o projeto voltou com uma cara repaginada e abordando
mais 2 bairros: o Jardim Americano e o Jardim Diamante. Dessa forma integrando vários
participantes ao projeto, cada um com sua história que complementa a do outro.
Os princípios do Ecomuseu+ é resgatar a cultura popular das
pessoas, prezar o “meu”, e criar uma sensibilidade da sua responsabilidade com
o meio ambiente à sua volta. Conseguimos o resgate da cultura pelas feiras
Trecos e Tarecos e exposições em geral, criamos a sensibilidade com o meio
ambiente a partir das revitalizações de áreas nos bairros.
Nós, o projeto, somos apenas o ponto de partida, a fagulha
que acende o estopim. Nosso pensamento é que quando o “projeto” (entre aspas
pelo fato do projeto não ser apenas a equipe e sim os integrantes,
participantes dos bairros) acabar, que os moradores continuem seguindo com esse
pensamento e com as atividades nos bairros. Gostamos de usar o termo “girar a
chave” no sentido de despertar o pensamento coletivo, exemplo disso é depois
que um participante “girar a chave” ele pensar: não vou jogar lixo no chão pelo
fato da rua me pertencer também e pertencer aos meus vizinhos também, então se
eu jogar esta lata no chão eu não vou estar apenas me prejudicando – Digo isso
pelo fato do Ecomuseu ter “virado a chave” na minha cabeça.
Como disse, participo do Ecomuseu desde 2015, tinha 12 ano
na época, sendo assim, essa iniciativa participou da formação do meu caráter.
Despertou em mim a questão de valorizar a cultura brasileira, em quase todos os
sentidos. Meu filme favorito é nacional por conta do Ecomuseu, minha musica
favorita é brasileira graças ao Ecomuseu, eu não ter vontade de morar fora do Brasil
é por conta do projeto que fez eu perceber que eu moro num país rico em cultura
e abençoado pela natureza na sua diversidade. Até minha opção profissional foi
afetada pelo projeto, antes eu queria ser cientista, hoje quero ser presidente
do CECP e da Fundação Cassiano Ricardo ou professor de historia. Hoje, aos 16
anos, sou voluntario, mas antes mesmo de assinar o termo já tratava a iniciativa como
trabalho.
Não tenho palavras suficientes para descrever como tudo isso
é maravilhoso, tenho extrema gratidão pela oportunidade de participar de algo tão
lindo.
Cândido, Célio. 25/02/19
Célio participando de diversas atividades do Ecomuseu desde 2015!!!!!