04 agosto 2025

Ecomuseu realiza ação de conservação do sagui-da-serra-escuro em São José dos Campos




Imagem de divulgação | Créditos: Maiara Tissi - Ecomuseu CSJ


Ecomuseu CSJ e Centro de Conservação dos Saguis-da-Serra fazem soltura 

após importante etapa para sua conservação

Começa em São José dos Campos uma importante ação de conservação da fauna nativa: a soltura de indivíduos híbridos de saguis, após processo de esterilização. A ação visa proteger a variabilidade genética e a conservação do sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), espécie ameaçada de extinção endêmica da Mata Atlântica do sudeste do Brasil. A iniciativa é resultado da parceria entre o Ecomuseu dos Campos de São José e o Centro de Conservação dos Saguis-da-Serra (CCSS), que chega agora em uma nova fase.

A hibridação é uma das principais causas de declínio das populações nativas de Callithrix aurita, aumentando seu risco de extinção. É importante destacar que este cruzamento não é um processo natural, já que cada espécie é endêmica de um diferente local e até bioma do país. O processo ocorre quando indivíduos de uma espécie nativa cruzam com saguis que estão fora de suas áreas naturais, como o sagui-de-tufos-pretos (Callithrix penicillata), originário da região Central do Brasil e levado ao sudeste pela ação humana. Essa procriação compromete, assim, a integridade genética e a sobrevivência da espécie nativa. Faz parte das ações de conservação do sagui-da-serra-escuro, portanto, a esterilização de indivíduos híbridos, além dos alóctones ou invasores.

O trabalho em conjunto das instituições se iniciou com o mapeamento e identificação das áreas de ocorrência do sagui-da-serra-escuro nos bairros de abrangência direta do projeto “Ecomuseu dos Campos de São José: reflorestando a trilha do Callithrix aurita”, do Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP), em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, executado pela Universidade Federal de Viçosa - UFV, com apoio da Prefeitura de São José dos Campos e APA Federal Mananciais do Rio Paraíba do Sul/ICMBio. A equipe de pesquisadores do projeto, utilizando metodologia científica e com enorme apoio da população, que colaborou fornecendo dados de avistamento dos saguis, registraram os locais de ocorrência do C. aurita, bem como dos indivíduos híbridos e espécies introduzidas. 

Após estudos sobre fragmentos com incidência de híbridos, a equipe do CCSS/UFV realiza a captura de grupos inteiros, de forma a manter a unidade familiar estabelecida. Da mesma forma, a esterilização é feita por equipes especializadas do CCSS e todos os animais passam por acompanhamento veterinário antes de serem devolvidos ao seu local de origem. Após manejo e cuidado, o grupo logo retorna para a natureza, no mesmo fragmento onde foram capturados.  A prática já é utilizada com sucesso em outras regiões e, agora, está sendo aplicada em São José dos Campos, alinhada ao trabalho socioambiental e educativo do Ecomuseu dos Campos de São José.

O projeto atua também reforçando a importância da conservação deste animal tão pequeno e importante para a floresta, que sobrevive nos fragmentos de vegetação nativa na zona urbana. Acompanhar, informar e engajar a comunidade são passos fundamentais para que mudanças efetivas aconteçam. Outras ações voltadas à proteção dos saguis estão ganhando cada vez mais movimento pela Prefeitura de São José dos Campos, como a sinalização da travessia de animais silvestres em vias urbanas e a implantação de passagens suspensas de fauna  que torna a cidade parceira real da nossa fauna nativa.

Já a parceria entre Ecomuseu dos Campos de São José e o Centro de Conservação dos Saguis-da-Serra (CCSS) segue ativa para as próximas solturas e prevê novas ações no Município, reforçando o compromisso com a proteção da biodiversidade e com o sagui-da-serra-escuro. Que venham novos passos em direção à conservação desta e de tantas outras espécies silvestres que vivem logo aqui entre nós.

O projeto Ecomuseu dos Campos de São José é uma realização do CECP em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental


CECP/Ecomuseu dos Campos de São José 

Nos acompanhe em www.ecomuseu.org.br/ 

Alameda Harvey C. Weeks, 203

Vista Verde - São José dos Campos - SP

Contato: (12) 99677-5272 - ecomuseu@cecp.org.br / comunicacao.ecomuseu@gmail.com 


03 julho 2025

"Ecomuseu dos Campos de São José transforma cultura em ação socioambiental", por Adelma Vargas

Projeto em São José dos Campos valoriza saberes locais, promove sustentabilidade e une comunidade em torno do território.

Por: Adelma Vargas

Grupo de pessoas em um parque

Descrição gerada automaticamente

Roda de conversa no Ecomuseu. Foto: Adelma Vargas

No Ecomuseu dos Campos de São José, não há paredes nem longos corredores. As obras estão vivas na terra, nos quintais, nas hortas e nas memórias dos moradores. A iniciativa foi idealizada por Ângela Savastano, fundadora do Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP) e criadora do Museu do Folclore de São José dos Campos (SP). Com o fechamento do museu em 2000, Ângela buscou novas referências e encontrou no conceito de ecomuseu uma alternativa para manter viva a cultura local. Inspirada na proposta do museólogo Hugues de Varine, de 1971, o Ecomuseu se baseia na ideia de que o patrimônio cultural é vivo, faz parte do território e se transforma junto com as comunidades. 

A historiadora e atual gestora do Ecomuseu, Maria Siqueira Santos explica que “o conceito de ecomuseu é baseado em 3 princípios: comunidade, território e patrimônio. Cada território tem sua história e vive o patrimônio e a memória daquele lugar.” 

O projeto desenvolvido em parceria com a Petrobrás, atua em 28 bairros de São José dos Campos e no município vizinho de Jambeiro, por meio de rodas de conversa, hortas comunitárias, compostagem, feiras, oficinas e atividades de educação ambiental.

Linha do tempo

Descrição gerada automaticamente Ações do Ecomuseu. Fonte: Ecomuseu. Infográfico: Adelma Vargas


Do lixo ao adubo: a compostagem como prática de cidadania


A compostagem, uma das ações do Ecomuseu, é uma resposta prática ao cenário nacional. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) mais de 50% do lixo produzido no Brasil é orgânico, mas menos de 2% é compostado. O restante, sem tratamento, termina em aterros sanitários ou lixões a céu aberto, contribuindo para a emissão de gases de efeito estufa e o agravamento da crise ambiental. No Ecomuseu, já foram compostadas 32 toneladas de resíduos. O que começou com uma greve dos lixeiros na cidade, virou uma “revolução dos baldinhos” como explica Maria Siqueira Santos, “a lida com o lixo orgânico é ancestral e atualmente 114 famílias contribuem para a compostagem.” 

Na sua primeira visita ao projeto, Maria Dolores Fonseca, aposentada e moradora de Caçapava, ficou impressionada com a organização do espaço. “O que mais me surpreendeu foi a maneira como a comunidade se envolve e colabora ativamente com a iniciativa.” 

Cidadania e sustentabilidade em ação. 

O Ecomuseu promove atividades educativas de gestão ambiental com escolas, grupos de escoteiros, rodas de conversa nos bairros, feiras de saberes e fazeres e outras ações de integração cultural. 

Rafael Vieira da Silva, sociólogo e educador ambiental, está na equipe a 3 anos. Ele considera que o impacto mais precioso é a mobilização comunitária, “quando a comunidade se engaja as atividades acontecem, a mobilização comunitária tem muita força.” 

 O Ecomuseu dos Campos de São José mostra que sustentabilidade e cultura caminham juntas. Para a gestora Maria, o grande desafio está em expandir o projeto para outras 2 cidades e no futuro adquirir uma área para horta e compostagem, sem abandonar os espaços públicos. O Ecomuseu que nasceu de um sonho, hoje transforma territórios e contribui para um mundo melhor.


Sobre a autora:

Adelma Vargas, estudante de jornalismo, conheceu o Ecomuseu CSJ através do programa Sobrevida da TV Vanguarda, afiliada da TV Globo no Vale do Paraíba e desde então tem participado das atividades realizadas pelo projeto. 

01 julho 2025

Feira de Saberes e Fazeres do Ecomuseu CSJ acontece no dia 12 de julho

 

Evento gratuito acontece no dia 12 de julho, no bairro Vista Verde,
com atrações culturais, culinária e artesanatos locais

A tradicional Feira de Saberes e Fazeres, do Ecomuseu dos Campos de São José, chega a mais uma edição celebrando os saberes populares, o fortalecimento da economia criativa e os laços entre comunidade e território. O evento acontece no próximo dia 12 de julho, sábado, das 10h às 17h, na Praça da Rua Venezuela (Praça Hisame Hayashi), no bairro Vista Verde, em São José dos Campos. A entrada é gratuita e aberta para todos os públicos.

Realizada pelo Ecomuseu dos Campos de São José em parceria com a Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, a Feira de Saberes e Fazeres é um convite para vivenciar o patrimônio integral de cada um. Neste encontro, se reúnem artesãs e artesãos da região, que se expressam através de trabalhos manuais como artesanato e culinária. Além das produções autorais em exibição, a programação da Feira inclui vivências culturais, atividades para crianças e a valorização de práticas sustentáveis, como o incentivo à economia circular e o consumo consciente.

Esta edição marca mais um passo do projeto “Ecomuseu dos Campos de São José: reflorestando a trilha do Callithrix aurita”, que atua na valorização do patrimônio integral (natural, cultural e social) dos territórios e dos participantes de suas atividades. Assim, este evento integra o movimento constante do Ecomuseu CSJ, uma gestão do CECP - Centro de Estudos da Cultura Popular, como um espaço de compartilhamento de experiências e fortalecimento de vínculos entre as pessoas. Através de uma programação gratuita repleta de atividades e encontros diversos, a Feira de Saberes e Fazeres é também uma forma de manter vivas as memórias de participantes e de público e de continuar contando as histórias de onde vivemos!

O projeto Ecomuseu dos Campos de São José é uma realização do CECP em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental


SERVIÇO |  Feira de Saberes e Fazeres do Ecomuseu dos Campos de São José
Data: 12 de julho (sábado)
Horário: Das 10h às 17h
Local: Praça da Rua Venezuela (Praça Hisame Hayashi), Vista Verde – São José dos Campos – SP

Evento gratuito e aberto ao público

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Evento gratuito e aberto para todos os públicos


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16 junho 2025

"Vivendo em grupos: como se organizam socialmente os primatas que habitam a região de São José dos Campos?", por Cleuton Lima Miranda

São José dos Campos situa-se em uma área onde predomina o bioma Mata Atlântica, mas também onde ocorrem “manchas” de vegetação do bioma Cerrado. A região onde dois biomas se encontram se chama ecótono ou área de transição e possui uma rica biodiversidade. De fato, em nosso município ocorre uma fauna exuberante, com ênfase para as várias espécies de primatas nativos da Mata Atlântica: o sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), o macaco-prego (Sapajus nigritus), o guigó (Callicebus nigrifrons), o bugio (Alouatta guariba) e o muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides). Vamos conhecer um pouco sobre a intrigante vida social dos macacos nativos de nossa região?

Macaco-prego | Crédito de imagem: Alexandre Pedron

O primeiro é o pequeno sagui-da-serra-escuro ou sagui-caveirinha (adultos com no máximo 450 g). Esta espécie encontra-se sob ameaça de extinção. Está presente em quase todo nosso município, incluíndo áreas urbanas. Organizam-se geralmente em grupos de quatro a 8 indivíduos, podendo chegar a 11 animais, que incluem machos e fêmeas adultos, jovens e filhotes. São territorialistas! O período de gestação dura 5 meses e ocorre duas vezes ao ano e os dois filhotes gêmeos permanecerão não apenas sob os cuidados da mãe, mas também dos pais e outros indivíduos adultos do grupo. Estes pequenos macacos podem ser monogâmicos ou podem apresentar um macho com duas fêmeas, havendo, em cada grupo,  apenas uma fêmea adulta reprodutiva dominante. Entre 2024-2027, o trabalho de mapeamento e estudo deste primata conta com recursos do projeto Ecomuseu dos Campos de São José: reflorestando a trilha do Callithrix aurita”, realizado pelo Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP) em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Para a realização deste trabalho, atuam as seguintes instituições parceiras: Prefeitura de São José dos Campos, Centro de Conservação do Sagui-da-Serra e Universidade de Viçosa, Universidade do Vale do Paraíba e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.  

Guicó | Crédito de imagem: Vitor Herdy

Os “astutos” macacos-prego apresentam médio porte (adultos entre 2 e 4 kg) e ocorrem em áreas florestais na região de Jambeiro e São Francisco Xavier. Apresentam um sistema não monogâmico chamado pelos pesquisadores de multimacho-multifêmea, com grupos que variam geralmente de 11 a 30 indivíduos de diferentes idades, onde existe uma hierarquia marcante, com machos dominantes denominados de alfa e beta. A maioria dos filhotes do grupo é geralmente do macho alfa, mas outros machos adultos também podem copular com fêmeas reprodutivas. A gestação dura por volta de 5 meses e nasce apenas um filhote. Apresentam repertório de diferentes comportamentos para defesa de seus grupos.

Os belíssimos guigós possuem porte mediano (entre 1 e 2 kg) e ocorrem, predominantemente, no distrito de São Francisco Xavier. Formam grupos de até 6 indivíduos. São monogâmicos. O período de gestação varia de 4 a 5 meses, com nascimento de apenas um filhote. Apresentam fortes interações sociais entre os membros dos grupos.

Bugio | Crédito de imagem: Márcio Alves

Os bugios com seu “ronco” característico podem ser ouvidos a  longas distâncias e também estão nas listas de fauna ameaçada de extinção. As fêmeas adultas podem chegar a 5 kg e os machos a 8 kg. Há registros dessa espécie em São Francisco Xavier. Apresentam grupos que variam geralmente de 4 a 11 indivíduos de diferentes idades e apenas um macho dominante. São territorialistas. O período de reprodução dura cerca de 6 meses.

Os tranquilos muriquis-do-sul são os maiores macacos das Américas (adultos chegam entre 12 e 15 kg) e também estão ameaçados de extinção. Em nossa região, ocorrem no distrito de São Francisco Xavier. Os grupos podem ser formados por vários machos e fêmeas adultos, jovens e filhotes. O número de indivíduos pode variar dependendo da disponibilidade de floresta em bom estado de preservação. Não há competição entre machos reprodutivos por fêmeas. Há forte interação harmônica entre os membros dos grupos, incluindo machos adultos.


Muriqui-do-sul | Crédito de imagem: Paulo Rodrigues Dias

Como podem perceber, estimados leitores, os primatas apresentam diferentes tipos de organização social e modos de vida. Esses diferentes modos de organização foram “moldados” ao longo de milhares de anos pela evolução e têm diferentes implicações na história de vida e ecologia das espécies, permitindo que elas muitas vezes co-existam em uma mesma localidade, utilizando diferentes tipos de florestas, estratos da floresta (partes mais baixas até mais altas) e diferentes recursos alimentares. Consenso é que todas as espécies desempenham papéis ecológicos importantes para regeneração florestal através de seus diferentes modos de vida e organização social, necessitando de projetos e ações para a sua conservação.

 

29 maio 2025

Série Saberes e Fazeres documenta patrimônio cultural de moradores de São José dos Campos

 Série audiovisual do Ecomuseu dos Campos de São José retrata e valoriza 

o território e as pessoas que o constroem


Imagem de divulgação | Créditos: Vitória Caroline


Produzida, realizada e lançada pelo Ecomuseu dos Campos de São José, a série audiovisual “Saberes e Fazeres” traz para as telas as histórias e os patrimônios culturais da população de São José dos Campos. Disponível no canal do YouTube do projeto “Ecomuseu dos Campos de São José: reflorestando a trilha do Callithrix aurita”, realizado pelo Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP) em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, a série “Saberes e Fazeres” retrata o que há de mais precioso em um território: as pessoas que o constroem.

Em cada episódio, uma pessoa é convidada para contar sobre suas histórias, sua origem, sua vivência no local onde mora e sobre o que compartilha com o mundo. Sejam os bordados de Dona Therezinha Mariano com as motivações para as formas, cores e temas que usa, os instrumentos artesanais de Sérgio Sena e como ele colaborou para o desenvolvimento de uma área verde em frente a sua casa, a tapioca de Zefa Vieira e a sua jornada de vida do nordeste até São José dos Campos. Cada vida, um patrimônio imaterial. Cada história, um retalho do que é uma cidade. Em um episódio especial, a série destaca a Feira de Saberes e Fazeres, um dos maiores eventos realizados pelo Ecomuseu dos Campos de São José, que reúne diversos artesãos, artistas independentes e fazedores do território que se encontram para compartilhar suas criações.

No episódio mais recente, a série Saberes e Fazeres inicia uma retomada na jornada do próprio Ecomuseu dos Campos de São José e comemora os 10 anos do projeto. Criado em 2015 pelo CECP - Centro de Estudos da Cultura Popular, o Ecomuseu CSJ atualmente possui abrangência direta de suas atividades em 28 bairros das zonas leste e sudeste de São José dos Campos e no município de Jambeiro. São muitas pessoas já encontradas ao longo deste caminho, tantas delas que criaram o caminho junto ao Ecomuseu. Outras, deixaram suas marcas, seus legados, seus saberes. E, assim, continua a ser. A série documental é, então, uma forma de homenagem às memórias coletivas, à presença individual, à importância de se registrar o que é do povo: sua voz, seus meios e seus lugares.


O projeto Ecomuseu dos Campos de São José é uma realização do CECP em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental



SERVIÇO | Série “Saberes e Fazeres”


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26 maio 2025

Ecomuseu dos Campos de São José celebra a Semana Mundial do Meio Ambiente com um mês todo de programação

 Evento de mobilização mundial tem atividades em São José dos Campos com o projeto Ecomuseu CSJ

Evento de mobilização pela consciência ambiental, a Semana Mundial do Meio Ambiente, acontece entre os dias 01 e 05 de junho com ações sustentáveis por todo o planeta. O projeto “Ecomuseu dos Campos de São José: reflorestando a trilha do Callithrix aurita”, realizado pelo Centro de Estudos da Cultura Popular, o CECP, em parceria com a Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, participa ativamente e expande a programação ao longo de todo o mês de junho. 

A iniciativa acontece a partir do Dia Mundial do Meio Ambiente, 05 de junho, e convoca ações coletivas em prol e da consciência ambiental, incentivando instituições, escolas e pessoas de todo o mundo a se unirem com um mesmo objetivo. O Ecomuseu dos Campos de São José, que atua ativamente em 28 bairros das zonas leste e sudeste de São José dos Campos e no município de Jambeiro através de pesquisas sobre cultura popular, educação socioambiental e ações pela conservação da fauna e da flora nativas, apresenta um calendário repleto de atividades. 

Dentre a programação do Mês do Meio Ambiente do Ecomuseu CSJ, acontecerão momentos de compostagem coletiva, mutirões de limpeza, plantios de frutíferas nativas e oficina artística com materiais renováveis. Além disso, este momento especial marca a inauguração do Núcleo de Educação Ambiental - APP Alambari - Estação Vista Verde, com espaços para observação de fauna, viveiro, horta coletiva e compostagem. Assim, o Ecomuseu CSJ cria importantes locais de descobertas e compartilhamentos no município de São José dos Campos, com impactos positivos para o dia-a-dia do território, e que podem reverberar para muito além dele.



O projeto Ecomuseu dos Campos de São José é uma realização do CECP em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental



SERVIÇO | Mês no Meio Ambiente no Ecomuseu CSJ


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Saiba mais sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente em 

https://www.worldenvironmentday.global/ 


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15 maio 2025

"A grave problemática da hibridação entre espécies de saguis em São José dos Campos. Há uma solução?", por Cleuton Lima Miranda

Aprendemos nas aulas de Ciências que a hibridação seria o cruzamento entre duas espécies próximas que daria origem a uma terceira espécie intermediária, chamada de híbrida, a qual seria infértil, ou seja, não poderia se reproduzir. Um exemplo clássico é o da mula que é proveniente do cruzamento entre a égua e o jumento. Mas será que existem apenas híbridos inférteis como as mulas? E se eu disser, estimado leitor, que híbridos na natureza são mais comuns do que pensamos? Vamos entender um pouco dessa questão utilizando os macacos e, principalmente, os saguis como exemplo?

Muitas espécies se distribuem pelos territórios e os seus limites de distribuição coincidem com o de espécies aparentadas, sem que existam barreiras geográficas, como rios e cadeias de montanhas, que possam separá-las completamente. Então, indivíduos de duas espécies se encontram e ocorre algo que chamamos de “faixa de hibridação natural”. O macaco-prego Sapajus libidinosus, que ocorre no Cerrado e Caatinga, se encontra com uma das espécies de macacos-prego da Mata Atlântica, Sapajus nigritus, no norte do estado de São Paulo, onde há híbridos das duas espécies.

Um exemplo diferente é o do sagui-da-serra-escuro, Callithrix aurita, que ocorre na região de São José dos Campos. O C. aurita se encontra com outra espécie próxima de sagui de ocorrência natural em Minas Gerais, o sagui-da-taquara, Callithrix flaviceps, gerando híbridos naturais e férteis.

Contudo, a hibridação não é apenas natural, pode também ser artificial, ou seja, causada pelo ser humano através da introdução de espécies alóctones (não nativas de uma determinada região). Um exemplo marcante foi a introdução do sagui-do-nordeste ou soim, Callithrix jacchus, na Floresta Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. A espécie introduzida se destaca em relação às nativas através da competição e hibridação, descaracterizando geneticamente as espécies nativas colocando-as em risco.

Outra possibilidade de hibridação artificial é a introdução de indivíduos de espécies de outras regiões através do tráfico de animais silvestres. Os animais muitas vezes são comercializados em feiras clandestinas ou vendidos diretamente e criados como “pets”. Como são animais silvestres e não se “adaptam” à rotina doméstica, muitas vezes são soltos em fragmentos ou manchas de matas onde já habitam espécies nativas, causando também hibridação e competição.

E em São José dos Campos? Em nosso município ocorre a espécie nativa e ameaçada, C. aurita (sagui-da-serra-escuro), mas também duas outras espécies, uma delas típica dos Cerrados do Brasil central, C. penicillata (mico-estrela) e a outra, C. jacchus (sagui-de-tufos-brancos), endêmica da Caatinga e da Mata Atlântica nordestina. Essas duas outras espécies chegaram à região de São José dos Campos através dos dois modos mencionados: tráfico de animais silvestres e proximidade geográfica devido à expansão de áreas degradadas antes recobertas por Mata Atlântica. As espécies estão hibridando (cruzando) em várias partes do município, tornando a situação da espécie nativa, já ameaçada de extinção devido à perda de habitat, ainda mais preocupante.

O que pode ser feito para resolver ou diminuir esse problema tão grave e crescente que implicará a médio e longo prazo no desaparecimento da espécie nativa em São José dos Campos? O primeiro passo já está em andamento: o mapeamento da ocorrência dos saguis no município (saguis nativos, híbridos e os de outras regiões). Trata-se de um projeto de 3 anos coordenado pela Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade (SEURBS) da prefeitura de São José dos Campos e pelo Centro de Conservação do Sagui-da-Serra (CCSS) da Universidade Federal de Viçosa, em parceria com Ecomuseu dos Campos de São José, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e Universidade do Vale do Paraíba.

Este projeto de mapeamento está em finalização e gerará um diagnóstico da situação, com os pontos críticos para ações que visem conservação dos saguis nativos e da biodiversidade regional. A segunda etapa deste projeto, que vai de 2024-2027, conta com a colaboração de todas as instituições citadas acima e atua com recursos do projeto “Ecomuseu dos Campos de São José: reflorestando a trilha do Callithrix aurita”, realizado pelo Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP) em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Com o diagnóstico em mãos, os pesquisadores do projeto trabalharão em três eixos: 1- captura das espécies alóctones (invasoras) e híbridos para esterilização, quarentena e soltura dos animais saudáveis no mesmo local de captura; 2- intervenções nos pontos críticos para os saguis (local com forte potencial para atropelamentos, eletrocussões em fios de alta tensão e animais isolados em manchas de matas muitos pequenas); e 3- a continuidade e aprofundamento de atividades de informação e sensibilização da população joseense e, principalmente, sua participação ativa nas ações necessárias para conservar o sagui-da-serra-escuro em São José dos Campos.

Seja um parceiro do projeto Ecomuseu dos Campos de São José: reflorestando a trilha do Callithrix aurita!