21 dezembro 2015

Mais uma Feira de Saberes e Fazeres - Trecos e Tarecos

Era um belo dia de verão no Parque Alambari quando realizamos nossa última Feira de Saberes e Fazeres - Trecos e Tarecos - do Projeto Ecomuseu Campos de São José. 
No dia 12 de dezembro o pessoal acordou cedo para começar a produção da feira: primeiro, a montagem da grande barraca que abrigou as mesas dos expositores. Élio, Jairo, Renato, Sena, Carlos, Vicente, o marido da Ana, todos contribuindo para levantar a tenda. Depois, Ana, Janete, Isabel, Carlos, Agmar, D. Terezinha, Tatiane, Eliana e Sena fizeram a arrumação dos objetos escolhidos para a exposição: tapetes e flores de crochê, blusas de tricô, toalhinhas bordadas em ponto cruz, panos de prato, tapetes de retalhos, guirlandas, aventais e pesos de porta, copos e jarros de vidro feitos do reaproveitamento de embalagens, flautas e outros instrumentos musicais, além dos bolos e sucos. As crianças, e também os adultos, se divertiram com a pintura currupiu e com as possibilidades de improviso musical que ocorreram nela manhã/tarde. A Carol, o Thiago, o Vitor e o Patrick começaram a ser iniciados pelo Sena na construção de flautas de pvc. E ainda fizeram um som!
A turma da Comunicação ficou se revezando entre os Trecos e Tarecos e os cliques fotográficos..., e também entre as brincadeiras com a mulecadinha presente: Bia, Rian, Jonathan, Rosa, Maria Eduarda
Para finalizar, brincamos de dança do chep, chep. Foi demais!
A Vivien, de São Paulo, também veio participar. Ficamos muito felizes com a sua presença!
Para quem participou, esta foi uma tarde muita gostosa de convívio comunitário. Tenho certeza de que quem foi, se divertiu!

Valeu, pessoal!

As fotos são dos meninos do grupo de comunicação: Pablo, Célio, Ágata, Patrick, Vitor e Carol.








 



















































 






No dia 11 de dezembro, no período da tarde, algumas pessoas que participam do Projeto estiveram no Parque Alambari para participar do mutirão de limpeza do espaço.
Seguem algumas cenas do mutirão. Fotos da Carol e da Maria.








Encontro sobre Museologia Social

Aproveitando a vinda do professor Mario Chagas à São José dos Campos para conversar com o pessoal do Campos de São José, realizamos também um encontro com pessoas interessadas em debater à respeito de museologia social. O encontro aconteceu no dia 10 de dezembro, às 9 horas, no Museu Municipal de São José dos Campos. 
Mantendo o mesmo tom de conversa da noite anterior, Mario pediu para que as pessoas começassem fazendo algumas perguntas, e sua fala se pautaria, então, em tais perguntas. De maneira geral. os assuntos apontados foram: a) qual a relação entre processo museológico e sociedade?; b) qual a possibilidade de relacionamento da museologia social e o espaço institucional público?; c) como o Ecomuseu Campos de São José se relaciona com um contexto mais amplo na museologia social?
A partir destas perguntas, Mario apresentou as diferenças entre museologia e museologia social. A princípio, apresentou a história dos museus. Como eles surgiram, porque surgiram e qual era o objetivo destes espaços que guardavam objetos importantes para determinados grupos sociais. 
Casas das Musas, as filhas de Mnemosine e Zeus, os museus personificam memória e poder. Há algo que deve ser lembrado amanhã, há algo que se deve guardar, proteger, reservar. Onde há memória, há um jogo de poder. A memória é um campo de luta, de disputa. Onde algo se lembra, algo se esquece. Seleção. Os museus, nesse jogo de poder e produção de memória, ocupam o futuro. Eis uma função e tanto! Lugares de memória, lugares de poder, lugares de produção de esquecimento. E ainda, lugares de resistência. 

E então, por volta da década de 1970, os movimentos sociais começaram a fazer alguns questionamentos em relação à função dos museus. Tratava-se de grupos que não se sentiam representados nas coleções museológicas, que se perguntavam sobre os esquecimentos produzidos por estas coleções. Foi neste momento que começaram a surgir experiências de construção de outras possibilidades de museus. Em Portugal, França, México, Brasil (Museu Magüta e Noph - Ecomuseu de Santa Cruz) e outros lugares do mundo estas experiências tiveram lugar.
Para esta nova museologia, a produção de coleções deixa de ser fundamental. Marca também a crise da museologia em 3ª pessoa, são museus onde o narrador é o protagonista, o detentor da memória. Onde o foco está nas relações entre os seres humanos, os seres humanos e os bens naturais, os seres humanos e os bens culturais. São museus comprometidos com transformação social, com a vida; onde o acervo é um conjunto de problemas vivenciados coletivamente. Onde a convivência e o afeto prevalecem, onde uma comunidade protagoniza a construção de sua memória. São exemplos destes museus comunitários, além dos já citados, o Museu da Maré e o MUF (Museu de Favela). 

A conversa foi boa, aprendemos muito, trocamos muito. As possibilidades neste campo da museologia comunitária são amplas e revigorantes. O encontro marcou um momento de semeadura neste vasto campo do patrimônio cultural. Agora é hora de molhar a terra e esperar a semente germinar. Estamos confiantes nisto!
Obrigados, professor Mario, por aceitar nosso convite e se dispor a vir até aqui conversar conosco! Agradecemos também à Fundação Cultural Cassiano Ricardo e ao Museu do Folclore pelo apoio para a realização deste encontro em São José dos Campos. 

Fotos de Caroline Farnesi Borriello.