Falar da recuperação de parte da mata ciliar do córrego Alambari é emocionante demais! Nos faz lembrar do amigo Vicente Corrá, de sua alegria e perseverança em cuidar daquele espaço. Nos faz lembrar também da força dessa vizinhança que não deixou se abater em momentos de grande dificuldade para continuar o cuidado desse espaço público fundamental para a vida de tantos seres. Só temos que agradecer! É lista é enorme, mas deixo em destaque os nomes de Eliana e Sérgio Sena, Ivone e Vicente, Élio e Terezinha, Josefa e Rafael, Josefa e Agmar.
Essa história começou em 2015, quando iniciamos o Projeto Ecomuseu no Campos de São José. Durante as rodas de conversa, os moradores participantes levavam os objetos frutos dos seus saberes e fazeres, como blusas de crochê, tapetes de fuxico, cestos de bambu, pinturas de paisagens, bolos e doces.
Certo dia, o Vicente e o seu Élio comentaram a respeito de seus
saberes da roça, e que não podiam trazer a vaca para mostrar como eles
tiravam leite. Conversa vai, conversa vem, comentaram sobre a vontade de
cultivar uma horta comunitária em frente à suas casas, bem na área de
mata ciliar do córrego Alambari.
Sabendo que ali era uma
área pública e de preservação, convidamos o pessoal da divisão de
Educação Ambiental da Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade, que
naquela época se chamava Secretaria do Meio Ambiente, e começamos uma
conversa sobre a possibilidade de fazer um plantio de horta ali, às
margens do Alambari.
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Participação de Elisa Farinha, da SEURBS, na roda de conversa do Ecomuseu, em agosto de 2015. |
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Visita de campo de Luciano e Rosana, da SEURBS, para verificar a possibilidade de cultivo de horta comunitária. A visita ocorreu em setembro de 2015. Também participaram Olinda e Ricardo, agentes comunitários de saúde da UBS do CSJ |
Feita a visita, a resposta que recebemos nos surpreendeu. Sim, os moradores poderiam cultivar ali... Mas, tinham que topar uma condição: que fosse cultivada não uma horta, mas uma agrofloresta. Por se tratar de uma Área de Preservação Permanente, a conhecida APP, era preciso recuperar a mata, e isso poderia ser feito em consórcio com os gêneros alimentícios.
Os moradores toparam e em novembro de 2015 recebemos as primeiras mudas de árvores para ser plantadas. Nessas primeiras etapas, tudo ficou a cargo dos moradores: preparar o terreno com roçada, abrir os berços, cercar contra invasão de gado, plantar as árvores, adubar, regar. No meio de tudo isso, a horta.
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Cenas da primeira etapa de plantio |
Depois veio a questão da água, pois ficava caro para os moradores bancar a água para os cultivos. Discutimos estratégias e ficou combinado que faríamos captação de água de chuva. É claro que em pequena escala, devido às restrições orçamentárias e de espaço para instalação da bombona. Seria um projeto piloto. E assim foi. O Vicente e a Ivone cederam, a princípio, o quintal de sua casa para a instalação da mini cisterna, depois o Sena e a Eliana fizeram uma instalação na casa deles também. A água captada não foi suficiente, especialmente porque nosso reservatório era pequeno, mas ajudou bastante e mostrou que, sim, era possível captar água da chuva.
Tivemos novamente o intercâmbio com o pessoal da Educação Ambiental da Prefeitura, que nos ajudou num projeto piloto de compostagem e foi nos dando consultorias técnicas para seguir com as ações. Elisa, Luciano e Rosana sempre nos receberam com muito carinho e atenção. Conseguiram até fornecer materiais para a construção de uma composteira de paletes e mais mudas de árvores nativas.
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Visita do Ecomuseu ao Parque da Cidade, 2016. |
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Colocação de placas de identificação das plantas na Fazendinha, nome dado ao local de plantio dos moradores do CSJ |
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Visita ao projeto de compostagem do Parque da Cidade e montagem da composteira no CSJ |