terça-feira, 23 de junho de 2020

Agrofloresta no Parque Alambari - parte 2

Falar da recuperação de parte da mata ciliar do córrego Alambari é emocionante demais! Nos faz lembrar do amigo Vicente Corrá, de sua alegria e perseverança em cuidar daquele espaço. Nos faz lembrar também da força dessa vizinhança que não deixou se abater em momentos de grande dificuldade para continuar o cuidado desse espaço público fundamental para a vida de tantos seres. Só temos que agradecer! É lista é enorme, mas deixo em destaque os nomes de Eliana e Sérgio Sena, Ivone e Vicente, Élio e Terezinha, Josefa e Rafael, Josefa e Agmar.

Essa história começou em 2015, quando iniciamos o Projeto Ecomuseu no Campos de São José. Durante as rodas de conversa, os moradores participantes levavam os objetos frutos dos seus saberes e fazeres, como blusas de crochê, tapetes de fuxico, cestos de bambu, pinturas de paisagens, bolos e doces.












Certo dia, o Vicente e o seu Élio comentaram a respeito de seus saberes da roça, e que não podiam trazer a vaca para mostrar como eles tiravam leite. Conversa vai, conversa vem, comentaram sobre a vontade de cultivar uma horta comunitária em frente à suas casas, bem na área de mata ciliar do córrego Alambari.

Sabendo que ali era uma área pública e de preservação, convidamos o pessoal da divisão de Educação Ambiental da Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade, que naquela época se chamava Secretaria do Meio Ambiente, e começamos uma conversa sobre a possibilidade de fazer um plantio de horta ali, às margens do Alambari.

Participação de Elisa Farinha, da SEURBS, na roda de conversa do Ecomuseu, em agosto de 2015.











Visita de campo de Luciano e Rosana, da SEURBS, para verificar a possibilidade de cultivo de horta comunitária. A visita ocorreu em setembro de 2015. Também participaram Olinda e Ricardo, agentes comunitários de saúde da UBS do CSJ

Feita a visita, a resposta que recebemos nos surpreendeu. Sim, os moradores poderiam cultivar ali... Mas, tinham que topar uma condição: que fosse cultivada não uma horta, mas uma agrofloresta. Por se tratar de uma Área de Preservação Permanente, a conhecida APP, era preciso recuperar a mata, e isso poderia ser feito em consórcio com os gêneros alimentícios.

Os moradores toparam e em novembro de 2015 recebemos as primeiras mudas de árvores para ser plantadas. Nessas primeiras etapas, tudo ficou a cargo dos moradores: preparar o terreno com roçada, abrir os berços, cercar contra invasão de gado, plantar as árvores, adubar, regar. No meio de tudo isso, a horta.
























Cenas da primeira etapa de plantio


Depois veio a questão da água, pois ficava caro para os moradores bancar a água para os cultivos. Discutimos estratégias e ficou combinado que faríamos captação de água de chuva. É claro que em pequena escala, devido às restrições orçamentárias e de espaço para instalação da bombona. Seria um projeto piloto. E assim foi. O Vicente e a Ivone cederam, a princípio, o quintal de sua casa para a instalação da mini cisterna, depois o Sena e a Eliana fizeram uma instalação na casa deles também. A água captada não foi suficiente, especialmente porque nosso reservatório era pequeno, mas ajudou bastante e mostrou que, sim, era possível captar água da chuva.
Tivemos novamente o intercâmbio com o pessoal da Educação Ambiental da Prefeitura, que nos ajudou num projeto piloto de compostagem e foi nos dando consultorias técnicas para seguir com as ações. Elisa, Luciano e Rosana sempre nos receberam com muito carinho e atenção. Conseguiram até fornecer materiais para a construção de uma composteira de paletes e mais mudas de árvores nativas.





Visita do Ecomuseu ao Parque da Cidade, 2016.








Colocação de placas de identificação das plantas na Fazendinha, nome dado ao local de plantio dos moradores do CSJ







Visita ao projeto de compostagem do Parque da Cidade e montagem da composteira no CSJ

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