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Créditos: Projeto trilha do aurita |
Cleuton
Lima Miranda
Biólogo
e doutor em Zoologia
Pesquisador do Projeto
sagui-da-serra-escuro em São José dos Campos
Um
dos macacos mais ameaçados do planeta vive em “pedacinhos” ou “manchas de mata”
perto dos córregos na zona urbana de São José dos Campos. Como isso é possível?
Isso é bom ou ruim? Eu te convido, estimado leitor, a continuar a leitura para
entender um pouco sobre essa questão.
Ao
ouvir o termo “meio ambiente” suponho que já imagine a zona rural, parques naturais
ou áreas verdes afastadas de onde você mora, necessitando se deslocar maiores
distâncias ou mesmo viajar para ter acesso à natureza. Depois, no retorno para
a zona urbana da cidade encontraria seus muitos prédios, residências, avenidas com
trânsito e rodovias.
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Créditos: Rafael Augusto da Silva / Projeto Trilha do aurita |
Você
não está errado ao pensar assim, mas preciso alertá-lo para o fato de que a
natureza também está perto de você: em seu bairro, no trajeto para o trabalho,
no seu dia-a-dia. Mas como? Nas pequenas “manchas” ou “pedacinhos” de mata que
você observa.
Ainda
que as “manchinhas”, chamadas também de fragmentos, muitas vezes tenham poucas
árvores, às vezes queimadas, estejam ao lado de rodovia ou em uma praça da
frente de uma avenida movimentada, existem animais e plantas lutando para
sobreviver e ajudar a regenerar essas áreas, importantes para nossa saúde e
bem-estar.
Aqui,
em São José dos Campos, temos muitos fragmentos onde incrivelmente ocorre o
sagui-da-serra-escuro, o macaquinho ameaçado citado no início do texto. Os
perigos são muitos para essa espécie já tão ameaçada, incluindo ausência de
ambientes contínuos conservados, atropelamentos, morte por eletrocussão,
ataques por cachorros e gatos e também pelo equívoco de alguns cidadãos que, ao
alimentá-los com banana, pão, doce, batata e muitas outras comidas cheias de amido
e açúcar, infelizmente podem prejudicá-los, causando cáries nos dentes e outras
doenças.
Créditos: Laila Santana / Ecomuseu dos Campos de São José: reflorestando a trilha do Callithrix aurita |
Um trabalho muito importante tem sido desenvolvido no município para melhorar as condições para sobrevivência desta espécie de sagui. Este projeto chama-se Ecomuseu dos Campos de São José reflorestando a trilha do Callithrix aurita e é realizado pelo Centro de Estudos da Cultura Popular em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Este trabalho é um desdobramento de um projeto anterior, liderado pela Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade da Prefeitura de São José dos Campos em parceria com a Universidade Federal de Viçosa, por meio do Centro de Conservação dos Saguis-da-Serra (CCSS/UFV).
Portanto, o projeto atual, em seu novo formato, é liderado pelo Ecomuseu, em parceria com o CCSS/UFV e continua com o apoio imprescindível da Prefeitura de São José dos Campos, demais instituições renomadas como o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade e Universidade do Vale do Paraíba. O Ecomuseu tem o objetivo de mobilizar cidadãos para cuidar do patrimônio cultural e natural de São José dos Campos, realizando desde rodas de conversa, mutirões de limpeza e atividades educativas até estudo científico para elaboração de plano de manejo do sagui, plantio de milhares de árvores nativas e elaboração de texto de projeto de lei para regulamentar a prática da agricultura urbana e periurbana no município.
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Créditos: Projeto trilha do aurita |
Pesquisadores
financiados pelo CECP/Ecomuseu e pela Prefeitura de São José estão se dedicando
a levantar e mapear locais onde esses macacos vivem, sobretudo, na zona urbana
do município, qual a situação atual e os potenciais riscos, contando com a
valiosa ajuda da população. Sem essas informações é impossível elaborar as
ações necessárias para melhorar o nível de conservação dessa espécie, a nossa biodiversidade
urbana (outros animais e plantas) e aumentar nossa qualidade de vida através do
contato com a natureza e nossa resiliência aos eventos climáticos.
Podemos
contar com a sua colaboração? Compartilhe esse texto e ajude os pesquisadores,
informando quando encontrar saguis, pelo e-mail
fauna.ecomuseu@cecp.org.br
e Wpp (12)
98824-4590[EdCdSJ1] . Torne-se um parceiro dos Projetos Callithrix
aurita e sagui-da-serra-escuro!
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Créditos: Projeto trilha do aurita |
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Créditos: Projeto trilha do aurita |
Créditos: Projeto trilha do aurita |
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Créditos: Projeto trilha do aurita |
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