No Campos de São José tem áreas públicas vizinhas de dutos da Transpetro que carregam produtos petrolíferos que vem da base em São Sebastião para a Revap, em São José dos Campos. Essas áreas costumam ficar sem cuidados, pois não são utilizadas. Tornam-se, assim, áreas propícias para o descarte de entulhos de variados tipos, mato alto, esconderijo de animais e outros. Alguns vizinhos, porém, usam um pedaço desse espaço como extensão do quintal de casa e passam a cuidar dele como cuidam de sua casa: limpam, plantam, instalam banquinhos.
Lá no Campos de São José vive um pessoal, ali na rua Isabel Nunes dos Santos Guimarães esquina com a Hanna Youseff Chabchoul e redondezas, que, em 2018, conheceu o Ecomuseu dos Campos de São José e o trabalho que já vinha sendo desenvolvido desde 2015 no bairro.
O Donizetti Bueno foi a primeiro a participar de uma roda de conversa, atividade da programação do Ecomuseu.
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Roda de conversa na casa da Lia, no dia 12 de junho de 2018. Donizetti está agachado no centro da fotografia. |
Ele foi conhecer o pessoal da Fazendinha e saber do histórico daquela atividade ali. O diálogo foi sendo fortalecido, a equipe do Ecomuseu foi conhecer os demais moradores, a d. Dirce, seu Tião, Fábio, Robson, Dorival, Rosana e sua família. Os contatos foram aumentado, as possibilidades sendo criadas.
A ideia de limpar o entulho e cultivar uma horta comunitária surgiu. Mas como fazer isso num terreno público, sujo, com erosão e terra empobrecida?
Diálogos com a divisão de Educação Ambiental da Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade (SEURBS), Secretaria de Manutenção da Cidade (SMC), Departamento de Relações Comunitárias, Univap, Transpetro, Revap foram frutíferos. Ao longo dos últimos 2 anos o Ecomuseu forneceu apoio material para a construção e manutenção das hortas, comprando ferramentas, materiais, mudas e outros insumos. Colocou em sua programação os Mutirões de limpeza, cuidado, manutenção, plantio.
Tudo isto disparou (e foi disparado por) um sentido de coletividade nos moradores do entorno que passaram a se mobilizar espontaneamente para conseguir outros materiais, como adubo, terra, arame, tela, e passaram a realizar mutirões frequentes e espontâneos, nos finais de semana e feriados, para cultivar os trechos de horta.
A SEURBS apoiou e intermediou a instalação de um ponto de água do terreno, sendo feita a colocação do registro em dezembro de 2019. Entre 2018 e 2019, portanto, a água para o cultivo foi doada pelos moradores.
As ações no território começaram em setembro de 2018, com a limpeza qualificada da área, num dia em que a comunidade, junto com funcionários da prefeitura, retirou tijolos, madeira, tecido, colchões e outros materiais dos terrenos. Em seguida, a prefeitura realizou a limpeza bruta, com máquinas propícias e pessoal qualificado. A partir daí, em 15 de dezembro de 2018, realizou-se o primeiro mutirão de roçada e limpeza da programação do Ecomuseu.
Depois de limpo e roçado, o terreno foi cercado para proteção das mudas contra animais, pois no Campos de São José é comum ter cavalos e vacas pastando por ali, além de gatos e cachorros que poderiam prejudicar os plantios. Com tudo preparado, iniciou-se o cuidado com a terra e o plantio das mudas doadas pelo seu Tião, que já costumava plantar num espaço próximo, porém, uma propriedade particular. Seu Tião e d. Dirce foram responsáveis por esse primeiro cultivo, porém, Robson, Fábio, Dorival, Donizetti, Wesley e outros moradores dali também tiveram sua mão obra empenhada na colocação dos mourões e cerca, além das barreiras de pneus que foram colocadas em pontos estratégicos para impedir a descida abrupta da água de chuva não canalizada que passa por ali. Foram vários mutirões realizados pelos moradores:
Belo trabalho! Achava que o Sr Vicente Corra, Sene e Hélio tinham começado antes disso...ou não é o mesmo lugar??? PARABÉNS aos envolvidos
ResponderExcluirCida, este local é posterior. Logo mais postaremos sobre a Florestinha.
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